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| capa dum romance de corín tellado |
quando cursei o terceiro ciclo na usc, houvem de preparar uma disertaçom sobre as vedetes, de cassandra rios, para o seminário de literatura brasileira.
eu nem sabia quem era cassandra rios, mas nom estranhei, dadas as minhas brasileiras lacunas literárias. primeiro lim o romance, e depois de ter ficado espantada (acepçom padrom) com a leitura, sentim curiosidade sobre se a sua temática teria causado espanto (acepçom galega) no público da época.
cassandra rios escreveu as vedetes em plena ditadura, sob o espadom enorme da censura. e as vedetes conta as estórias de um grupo de artistas de revista, os seu amores, as suas andanças noturnas por rio e são paulo, e nom deixa de ter cabida no romance assuntos como o consumo de drogas ou a homosexualidade, masculina, e sobretodo, feminina. tudo isto em plena década de '70. guau!
quando quis saber mais desta escritora, nada encontrei. nom aparecia nos manuais, nom havia referências acadêmicas... muito me custou saber dela! e essa era a aprendizagem que nos tinha preparada carmen villarino, grande professora: uma escritora que vendeu milhões (milhões!) de exemplares das suas obras está totalmente ausente dos espaços acadêmicos por causa da sua escolha repertorial: o romance de folhetim.
porém vendeu milhões... e provavelmente tenha influenciado mais a sua obra na educaçom sentimental das brasileiras e brasileiros que algum autor re-estudado, re-explicado, e re-interpretado por academias, universidades e faculdades de letras. porque embora se tenha atendido ao marginal, se alternativo/underground, em todos estes espaços tem-se obviado o popular.
se uma autora conhecemos que tenha marcado mais a educaçom das nossas nais, avós, tias e madrinhas que qualquer clássico, essa é corín tellado, e para ela escrevim um poema. se revisades os títulos das suas obras, veredes que entre submetimento e amor romântico, foi quem de fazer passar, muito furtivamente, umas pinguinhas de subversom.
se queredes saber mais da cassandra rios e as suas vedetes, aqui o esquema daquela disertaçom:
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nom há pontada sem fio