O bairro do papagaio numa das fotografias de maribel longueira |
poema escrito após a leitura/visionado do livro e da exposiçom o papagaio, de maribel longueira e luisa villalta.
partindo das fotografias da primeira, feitas no bairro do papagaio da crunha antes da sua demoliçom, luisa villalta escreveu os poemas e, a duas mãos, construírom um livro que devorei lentamente, oxímoro palpável. o bairro do papagaio vinha a ser o equivalente ao bairro do pombal compostelám, é dizer, o bairro das putas.
as putas estám muito mal vistas socialmente, mas a nível individual, entanto pessoa dedicada á prostituçom, porque entanto grémio, também é certo que uma grande maioria as considera necessárias. como, se nom, tantos homens vam libertar os seus instintos instintosos e inevitáveis? ao terem uma utilidade social, sobretodo de controlo social, ajudando a manter a hipócrita instituiçom familiar (desafogamos a libido nas traseiras para deixar tranquilas as varandas), som aceites mentres se mantenham escondentes e dêm lucros econômicos, meretrizes plusvalias.
nom acontece o mesmo com as mulheres que se negam a ter crianças. admitir publicamente que uma nom quer ter filhos é expor-se a ser marcada como antinatural, pouco mulher, egoísta, rara, libidinosa, má e, finalmente, puta.
enfim, no fundo, a mesma cousa.
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nom há pontada sem fio